quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O grito


Ultimamente é assim que ando me sentido : como essa figura andrógina, sem alma e sem rosto , quase desnuda, desesperada e confusa num mar de sangue e confusão.

Confusa sim e muito, a alguns dias pressionada e hoje mais calma.

Parece que tudo anda acontecendo ao mesmo tempo e na mesma hora. Tenho vontade de estar em dois lugares ao mesmo tempo, ver pessoas diferentes ao mesmo tempo, gostar de tudo ao mesmo tempo.

Tem hora que tudo isso passa e a sanidade volta ao normal, outras a coléra toma conta e meu estômago se corrõe com a minha bilis.

Parece que o tudo é só um acaso e que não fiz nada por merecer.

Acaso de quê, as coisas estão acontecendo assim. Que rumo tomar, quem me dirá o que fazer ?

Já decidi . Não me fale , não me conte , não quero saber . Siga seu sonho eu seguirei o meu .

Tudo será mais fácil , aqui ou em outro lugar. As horas não deixarão de passar . Até lá eu fico aqui . Como na doca de Oslo , ou como no asfalto da rua.

Os trens já não me seguem mais e me sinto frustrada nos pontos comuns. Tão comuns. Eu não sou como eles. Não quero ser e não serei . Fim .

Se alguém me perguntar, direi : está bem bem , o céu não é vermelho . Ele está azul como meu vestido de ano novo.

Mas Deus sabe as chamas em que meu céu se derrete...

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