quarta-feira, 5 de março de 2008

Pra ser mais agradecida!


Acabei de perceber que o título do meu blog não casa com os últimos textos que postei.
Também não é pra menos, cada coisa que vem acontecendo...
Enfim , há dias enrolo pra escrever sobre algo que me aconteceu há duas semanas...mas pensando bem também é algo um pouco ruim e não sei isso novamente "casa" com meu otimismo incurável.

Porém, não posso deixar de aproveitar e demonstrar meu agradecimento por um anjo que me salvou de uma enxurrada. Aliás , preciso ser mais agradecida pelos anjos em minha. Por todos aqueles conhecidos (ou não) que de uma maneira ou outra estão no lugar certo, na hora exata , pra dar um sentido à minha vida.

Pensei muito nisso esses dias ...esse tal sentido !!! Não que eu queira filosofar (não estou nem bêbada pra isso), mas nessas horas , quando se conhece alguém que está disposto a te salvar sem nada em troca ...como um anjo mesmo ... nessas horas é que eu acabo DANDO um sentido a mais a minha vida.

Por quê? Porque agora sei que as coisas têm sentido , um sentido real e não imaginário. Algo que está perto e não longe da minha realidae.
Preciso ser mais agradecida...quero agradecer pelos anjos que orbitam vida, quietos, despercebidos, mas que fazem sentir que mereço mais...


Sou uma pessoa de sorte, definitivamente! Quando essas coisas acontecem é que percebo o quanto a sorte ( a BOA sorte) está a meu lado.

Então ... muito obrigada , deusa da fortuna por girar sua cornicópula sobre minha aura no momento certo, me banhando de todo o bem que alguém tem pra me dar...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Como não me surpreender? O receio do sofrimento


O carnaval foi legal, praia, piscina, um dia de festa, um trio elétrico na praia e companhia agradável. Tudo perfeito. Perfeito não...Agradável, como a vida deveria ser.

Mas basta chegar e a vida real começa a tomar conta. Vem aos poucos com a quarta feira de cinza, totalmente cinza, literalmente cinza, cinza em todos os aspectos.

Como não me surpreender num dia desse se algo der errado?

As coisas começam a vir à tona. Não vou mais ligar, penso. Mas é inútil, continuo em choque.

Como não?Um dia você chega pro trabalho e descobre que seu colega é acusado de pedofilia, como não me surpreender?

Eu devia saber. Saber não, talvez me acostumar. A desgraça humana está em toda parte em sempre fica a dúvida.

O que as pessoas são capazes de fazer com outras pessoas que nada fazem?

Lembrei do filme do curso de cinema “A captura dos Freedman”. Ainda resta dúvida, até hoje resta dúvida, será que a história era realmente real? E essa agora, será que é? Pois sim, chego no trabalho e vejo que é real.

Como no Volver, Almodóvar não teria inspiração se as histórias não fossem reais...

Então era real... Não deveria me surpreender. Mas mesmo assim me surpreendo. Até quando. O que as pessoas são capazes de fazer?

É só pegar o ônibus e lá está a mãe, abaixando as calças... Do filho de três anos...(acho que era três) não! ela não vai fazer isso, penso... não mereço começar o dia assim... mas ela faz ... Me faz sentir repulsa ao ver o pênis deformado do filho ... desesperada em busca de dinheiro ... Tentei ignorar...Juro que tentei...Mas como não me surpreender?

A desgraça humana está por todos os lados...Não vou abrir mais meu e-mail, até aqui? O corpo de uma menina queimada vem me assombrar... Não vou me surpreender, penso. Em vão...Eu ainda me surpreendo.

O que eu vou pensar daqui a diante, será que os dias piorarão?

Não aqui não é o muro das lamentações. Alah não ouviria isso. Aqui é um espaço pra agradecer.


Agradecer sim, pois na minha estúpida ignorância e no auge no meu egoísmo, ainda tenho que agradecer, pois nada disso aconteceu comigo. Não é pra mim, penso. Mas quando vejo...Isso já me atingiu.

Vou ficar aqui, cada vez mais blasé... Até nada disso me surpreender mais... Uma pílula do dia seguinte e tudo está resolvido. Vou terminar o Kafka que me espera pacientemente do lado da minha cama.Ouvir New Order até a angústia doer... I would like a place I could call my ownHave a conversation on the telephoneWake up every day that would be a startI would not complain of my wounded heart...


Até nada mais me surpreender... Penso.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Mais


Um pouco mais de tempo, um pouco mais de sorte, um pouco mais de paciência, um pouco mais de esperança, um pouco mais de amor , um pouco mais de calma, um pouco mais de gratidão, um pouco mais de orgulho , um pouco mais de dinheiro, um pouco mais de felicidade, um pouco mais de fartura, um pouco mais de responsabilidade, um pouco mais de saúde, um pouco mais de aventura , uma pouco mais de entendimento , um pouco mais de gratidão, um pouco mais de amizade, um pouco mais de amigos, um pouco mais de paixão , um pouco mais de tesão, um pouco mais de dança, um pouco mais de carro, um pouco mais de emoção , um pouco mais de adrenalina, um pouco mais de forma, um pouco mais de conteúdo, um pouco mais de zeca, um pouco mais da vida, um pouco mais de flexibilidade, um pouco mais de sucesso, um pouco mais de reconhecimento, um pouco mais de viagem, um pouco mais de mim mesma...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Pequenos prazeres


Hoje me surpreendi mais uma vez tirando o fundinho das laranjas. Sabe aquela parte em que ficavam os cabinhos antes delas serem arrancadas? Sempre fica um pedacinho e eu adoro arrancá-los. Peguei-me pensando nisso enquanto o último pedaço de pão descia no meu esôfago no café da tarde.


Percebi que a vida, mesmo quando parece insignificante e triste está repleta desses pequenos prazeres que insistimos em realizar mesmo sem perceber.

Um dos filmes que mais adorei na vida fala muito disso. Quando assisti Amelie Poulain pela primeira vez, de cara adorei. Fala muito disso.


Tentei me lembrar de alguns prazeres a que me dou o deleite, vez em quando. Vivo apertando a unha contra a carne no canto do dedão (faço isso desde criança), estralo os punhos e os dedos médios como se quisesse colocá-los no lugar.


Adoro pisar em folhas secas e rabiscar enquanto falo ao telefone. Procurar as pontas duplas no meu cabelo e depois abri-las até o fim, espremer cravos, alisar as bordas do cobertor e cheirá-lo até pegar no sono (também faço isso desde que me conheço por gente), afundar o pé na minha gaveta de blusas de lã (como estou fazendo agora).


Enfim uma série de coisas pequenas que fazem parte do meu dia, e que mesmo sem querer acabam deixando-o bem mais agradável.

Num dia como hoje, quando a ansiedade e a impaciência não me permitem vislumbrar uma vida melhor com grandes acontecimentos, capazes de mudar de vez o meu destino, resolvo me agarrar a esses pequenos prazeres e deixar que eles melhorem o meu dia.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O grito


Ultimamente é assim que ando me sentido : como essa figura andrógina, sem alma e sem rosto , quase desnuda, desesperada e confusa num mar de sangue e confusão.

Confusa sim e muito, a alguns dias pressionada e hoje mais calma.

Parece que tudo anda acontecendo ao mesmo tempo e na mesma hora. Tenho vontade de estar em dois lugares ao mesmo tempo, ver pessoas diferentes ao mesmo tempo, gostar de tudo ao mesmo tempo.

Tem hora que tudo isso passa e a sanidade volta ao normal, outras a coléra toma conta e meu estômago se corrõe com a minha bilis.

Parece que o tudo é só um acaso e que não fiz nada por merecer.

Acaso de quê, as coisas estão acontecendo assim. Que rumo tomar, quem me dirá o que fazer ?

Já decidi . Não me fale , não me conte , não quero saber . Siga seu sonho eu seguirei o meu .

Tudo será mais fácil , aqui ou em outro lugar. As horas não deixarão de passar . Até lá eu fico aqui . Como na doca de Oslo , ou como no asfalto da rua.

Os trens já não me seguem mais e me sinto frustrada nos pontos comuns. Tão comuns. Eu não sou como eles. Não quero ser e não serei . Fim .

Se alguém me perguntar, direi : está bem bem , o céu não é vermelho . Ele está azul como meu vestido de ano novo.

Mas Deus sabe as chamas em que meu céu se derrete...