domingo, 20 de janeiro de 2008

Mais


Um pouco mais de tempo, um pouco mais de sorte, um pouco mais de paciência, um pouco mais de esperança, um pouco mais de amor , um pouco mais de calma, um pouco mais de gratidão, um pouco mais de orgulho , um pouco mais de dinheiro, um pouco mais de felicidade, um pouco mais de fartura, um pouco mais de responsabilidade, um pouco mais de saúde, um pouco mais de aventura , uma pouco mais de entendimento , um pouco mais de gratidão, um pouco mais de amizade, um pouco mais de amigos, um pouco mais de paixão , um pouco mais de tesão, um pouco mais de dança, um pouco mais de carro, um pouco mais de emoção , um pouco mais de adrenalina, um pouco mais de forma, um pouco mais de conteúdo, um pouco mais de zeca, um pouco mais da vida, um pouco mais de flexibilidade, um pouco mais de sucesso, um pouco mais de reconhecimento, um pouco mais de viagem, um pouco mais de mim mesma...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Pequenos prazeres


Hoje me surpreendi mais uma vez tirando o fundinho das laranjas. Sabe aquela parte em que ficavam os cabinhos antes delas serem arrancadas? Sempre fica um pedacinho e eu adoro arrancá-los. Peguei-me pensando nisso enquanto o último pedaço de pão descia no meu esôfago no café da tarde.


Percebi que a vida, mesmo quando parece insignificante e triste está repleta desses pequenos prazeres que insistimos em realizar mesmo sem perceber.

Um dos filmes que mais adorei na vida fala muito disso. Quando assisti Amelie Poulain pela primeira vez, de cara adorei. Fala muito disso.


Tentei me lembrar de alguns prazeres a que me dou o deleite, vez em quando. Vivo apertando a unha contra a carne no canto do dedão (faço isso desde criança), estralo os punhos e os dedos médios como se quisesse colocá-los no lugar.


Adoro pisar em folhas secas e rabiscar enquanto falo ao telefone. Procurar as pontas duplas no meu cabelo e depois abri-las até o fim, espremer cravos, alisar as bordas do cobertor e cheirá-lo até pegar no sono (também faço isso desde que me conheço por gente), afundar o pé na minha gaveta de blusas de lã (como estou fazendo agora).


Enfim uma série de coisas pequenas que fazem parte do meu dia, e que mesmo sem querer acabam deixando-o bem mais agradável.

Num dia como hoje, quando a ansiedade e a impaciência não me permitem vislumbrar uma vida melhor com grandes acontecimentos, capazes de mudar de vez o meu destino, resolvo me agarrar a esses pequenos prazeres e deixar que eles melhorem o meu dia.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O grito


Ultimamente é assim que ando me sentido : como essa figura andrógina, sem alma e sem rosto , quase desnuda, desesperada e confusa num mar de sangue e confusão.

Confusa sim e muito, a alguns dias pressionada e hoje mais calma.

Parece que tudo anda acontecendo ao mesmo tempo e na mesma hora. Tenho vontade de estar em dois lugares ao mesmo tempo, ver pessoas diferentes ao mesmo tempo, gostar de tudo ao mesmo tempo.

Tem hora que tudo isso passa e a sanidade volta ao normal, outras a coléra toma conta e meu estômago se corrõe com a minha bilis.

Parece que o tudo é só um acaso e que não fiz nada por merecer.

Acaso de quê, as coisas estão acontecendo assim. Que rumo tomar, quem me dirá o que fazer ?

Já decidi . Não me fale , não me conte , não quero saber . Siga seu sonho eu seguirei o meu .

Tudo será mais fácil , aqui ou em outro lugar. As horas não deixarão de passar . Até lá eu fico aqui . Como na doca de Oslo , ou como no asfalto da rua.

Os trens já não me seguem mais e me sinto frustrada nos pontos comuns. Tão comuns. Eu não sou como eles. Não quero ser e não serei . Fim .

Se alguém me perguntar, direi : está bem bem , o céu não é vermelho . Ele está azul como meu vestido de ano novo.

Mas Deus sabe as chamas em que meu céu se derrete...